28/12/16 - Por Dennis Guerra: Sobre fatos curiosos e frases soltas ocorridos nesses seis anos de atuação por meio do O Cão De Guarda Notícias. Não, você não verá aqui nenhuma revelação bombástica.
Ligações inquietantes...
Em todos esses anos do OCDGN tive a oportunidade de conhecer inúmeras pessoas, muitas das quais tive o privilégio de ver a relação se tornando algo além do simples coleguismo. Sendo em encontros no dia-a-dia, ligações telefônicas ou pelas redes sociais, conheci pessoas em todo o Brasil e até mesmo no exterior. Em diversas oportunidades as nossas conversas se tornaram o ponto-chave para artigos ou dicas de matérias. Veja ainda: 1 - O Cão De Guarda Notícias: Filmando... SQN!
Mas, em alguns casos, me tornei apenas um ouvinte. Certa vez, por exemplo, recebi a ligação de uma pessoa que não conhecia, e ainda não poderia dizer que conheço - nem pelas redes sociais e muito menos pessoalmente. O quer sei é que se tratava de um colega guarda municipal, que vivia na Zona Sul de São Paulo. Ele(a) estava extremamente preocupado(a) - para não dizer desesperado(a). E começou a narrar:
"... Eu tenho mais de 20 anos de serviços prestados como policial. E exatamente por ter combatido o bom combate, hoje eu e a minha família corremos o risco de sermos atacados por criminosos em minha própria casa. Eu não sei o que fazer. Eles estão cercando a minha família e a qualquer momento seremos atacados. Eu não tenho apoio, me sinto sozinho..."
A conversa foi muito mais detalhada do que isso. Em um determinado ponto, perguntei de qual forma eu poderia ajudar, mesmo me sentindo impotente. Ela continuou:
"... Eu não te conheço e você não me conhece. Você não pode fazer nada. Ninguém pode. Quem poderia não o fez. Eu só preciso falar o que está acontecendo comigo. Estou desesperado...".
Durante cerca de uma hora ouvi tudo o que aquela pessoa tinha para falar. Logicamente que, na medida do que seria aceitável, tentei dar alguma sugestão. Ao final, aquela pessoa me agradeceu (?) e nunca mais nos falamos.
Olhei para a minha esposa. Ela não tinha conhecimento do teor da ligação. Pensei à qual ponto as escolhas que fazemos (dentre elas, a escolha pela vida policial) interferem em nossas vidas - e nas vidas de pessoas próximas.
A mão-forte é sempre mais forte quanto o bom combatente é o alvo. Mas quando ela deveria pegar pesado do outro lado, aí somos todos 'mouratouris'.
A mão-forte é sempre mais forte quanto o bom combatente é o alvo. Mas quando ela deveria pegar pesado do outro lado, aí somos todos 'mouratouris'.
E por falar em ligações inquietantes...
Opino pelo número 1
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